21 de ago. de 2013

Sugar: why we can´t resist it


Resenha do artigo "Açúcar - porque não podemos resistir" (Sugar – why we can´t resist it)

  A publicação aborda primeiramente a história do açúcar, as primeiras civilizações a refina-lo a partir da cana de açúcar, sua popularização no oriente e a crença que o alimento era um potente remédio e até mesmo milagroso. A partir do momento que o mundo ocidental teve contato com o açúcar, com as cruzadas,  este passou a ser extremamente valorizado, como as outras especiarias da época (tabaco, canela, café, entre outros). Este interesse crescente  fez com que o produto fosse  cultivado em larga escala nas colônias americanas, sendo até motor para o tráfico de escravos, quando comerciantes utilizavam  o lucro da venda do açúcar para comprar negros na costa da África.

  A crescente produção do açúcar gerou uma desvalorização e o fez se tornar popular, qualquer  um podia comprar açúcar, e quem já podia, comprava mais. Por conta disso, o aumento no consumo do açúcar vem ocorrendo desde o século XVI até hoje, e os números continuam a aumentar. Juntamente com o aumento do consumo do açúcar nos estados unidos, houve um aumento de casos de diabetes, obesidade, esteatose e de doenças cardiovasculares na população. No início, estes problemas foram associados ao excesso de lipídios na dieta da população  ou no número de calorias, sem analisar a composição destas calorias. Contudo, recentemente, estudos mostram que o principal vilão é o açúcar, principalmente a sacarose e o HFCS (high fructose corn syrup) que estão presentes em doces, petiscos e bebidas.  Glicose e frutose estão presentes em ambos os adoçantes utilizados, porém, a frutose representa maior perigo ao organismo. A glicose é metabolizada pelas células por todo o corpo, mas a frutose é metabolizada principalmente pelo fígado. O fígado converte essa frutose em gordura, porém, em altas quantidades, o fígado acaba armazenando parte destas gorduras. Se essa condição persistir por muito tempo, o fígado pode perder suas funções. Na “tentativa” de se livrar do excesso de gorduras, o tecido hepático desenvolve resistência à insulina, para evitar a síntese de mais gordura hepática. Com o fígado saturado, estes triglicerídeos se acumulam também na corrente sanguínea, consequentemente aumentando a pressão sanguínea. Por outro lado, os outros tecidos estão adquirindo resistência à insulina, e o pâncreas em resposta, produz mais insulina, configurando uma grave síndrome metabólica.

  O problema dos americanos não se exercitarem também está associado ao consumo de açúcar. Após ingerirem uma refeição rica em açúcar, ocorre um pico de glicemia e de insulina, porém pouco tempo depois essa energia acaba pela rapidez do metabolismo do nutriente. Então ao invés de se exercitar, apenas sentam no sofá e assistem TV. A solução para o problema é parar de comer tanto açúcar, contudo o açúcar está adicionado em inúmeros produtos industrializados hoje em dia, muitas vezes mascarados de produtos saudáveis, por não conter gorduras, porém, são ricos em açúcar para manter o sabor. Por que gostamos tanto de açúcar se faz tão mal para o organismo? Porque o açúcar na corrente sanguínea estimula as mesmas respostas cerebrais que a o cérebro usa na presença de cocaína ou heroína, portanto o açúcar além de saboroso é viciante. Nossos ancestrais evolutivos desenvolveram mecanismos bioquímicos para metabolizar a frutose da maneira mais eficiente possível, mecanismos que ainda estão presentes nos nossos organismos. Utilizar frutose para a síntese de gordura era uma grande vantagem evolutiva, quando consumíamos frutose em pequenas quantidades. Hoje em dia, com o consumo desenfreado de açúcar, esta vantagem pode acabar nos matando.

Eduardo Prado - Tutor de açucar e low carb

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