A publicação aborda
primeiramente a história do açúcar, as primeiras civilizações a refina-lo a
partir da cana de açúcar, sua popularização no oriente e a crença que o
alimento era um potente remédio e até mesmo milagroso. A partir do momento que
o mundo ocidental teve contato com o açúcar, com as cruzadas, este passou a ser extremamente valorizado,
como as outras especiarias da época (tabaco, canela, café, entre outros). Este
interesse crescente fez com que o
produto fosse cultivado em larga escala
nas colônias americanas, sendo até motor para o tráfico de escravos, quando
comerciantes utilizavam o lucro da venda
do açúcar para comprar negros na costa da África.
A crescente produção
do açúcar gerou uma desvalorização e o fez se tornar popular, qualquer um podia comprar açúcar, e quem já podia,
comprava mais. Por conta disso, o aumento no consumo do açúcar vem ocorrendo
desde o século XVI até hoje, e os números continuam a aumentar. Juntamente com
o aumento do consumo do açúcar nos estados unidos, houve um aumento de casos de
diabetes, obesidade, esteatose e de doenças cardiovasculares na população. No
início, estes problemas foram associados ao excesso de lipídios na dieta da população ou no número de calorias, sem analisar a
composição destas calorias. Contudo, recentemente, estudos mostram que o
principal vilão é o açúcar, principalmente a sacarose e o HFCS (high fructose
corn syrup) que estão presentes em doces, petiscos e bebidas. Glicose e frutose estão presentes em ambos os
adoçantes utilizados, porém, a frutose representa maior perigo ao organismo. A
glicose é metabolizada pelas células por todo o corpo, mas a frutose é
metabolizada principalmente pelo fígado. O fígado converte essa frutose em
gordura, porém, em altas quantidades, o fígado acaba armazenando parte destas
gorduras. Se essa condição persistir por muito tempo, o fígado pode perder suas
funções. Na “tentativa” de se livrar do excesso de gorduras, o tecido hepático
desenvolve resistência à insulina, para evitar a síntese de mais gordura hepática.
Com o fígado saturado, estes triglicerídeos se acumulam também na corrente
sanguínea, consequentemente aumentando a pressão sanguínea. Por outro lado, os
outros tecidos estão adquirindo resistência à insulina, e o pâncreas em
resposta, produz mais insulina, configurando uma grave síndrome metabólica.
O problema dos
americanos não se exercitarem também está associado ao consumo de açúcar. Após
ingerirem uma refeição rica em açúcar, ocorre um pico de glicemia e de
insulina, porém pouco tempo depois essa energia acaba pela rapidez do
metabolismo do nutriente. Então ao invés de se exercitar, apenas sentam no sofá
e assistem TV. A solução para o problema é parar de comer tanto açúcar, contudo
o açúcar está adicionado em inúmeros produtos industrializados hoje em dia,
muitas vezes mascarados de produtos saudáveis, por não conter gorduras, porém,
são ricos em açúcar para manter o sabor. Por que gostamos tanto de açúcar se faz
tão mal para o organismo? Porque o açúcar na corrente sanguínea estimula as
mesmas respostas cerebrais que a o cérebro usa na presença de cocaína ou
heroína, portanto o açúcar além de saboroso é viciante. Nossos ancestrais
evolutivos desenvolveram mecanismos bioquímicos para metabolizar a frutose da
maneira mais eficiente possível, mecanismos que ainda estão presentes nos
nossos organismos. Utilizar frutose para a síntese de gordura era uma grande
vantagem evolutiva, quando consumíamos frutose em pequenas quantidades. Hoje em
dia, com o consumo desenfreado de açúcar, esta vantagem pode acabar nos
matando.
Eduardo Prado - Tutor de açucar e low carb
Eduardo Prado - Tutor de açucar e low carb
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